Minha História com Aids: Leidionir encontrou apoio no trabalho e no amor para vencer o HIV

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Leidionir Maria dos Santos estava com alergia por todo o corpo por mais de três meses. Com a rápida perda de peso, a magreza que antes era natural, agora trouxe ar de doença. Os 47 quilos deram lugar a apenas 40kg. Precisou ser internada. Passou por diferentes médicos “porque ninguém sabia o que era”. Quando finalmente chegou ao infectologista, o diagnóstico: HIV positivo.

“Sinceramente, não foi um choque. Foi uma sensação de alívio. Eu estava tão angustiada que queria mesmo era saber o que eu tinha. E finalmente, descobri o que era. O médico ficou esperando minha reação. Eu perguntei se tinha tratamento. Ele disse que sim. Fiquei tranquila.”

Leidionir tem fala firme e direta. Sem rodeios. “Não me preocupo com a opinião dos outros, nem mesmo com a da família, mas preocupo comigo em primeiro lugar.” Ela encontrou apoio nos amigos mais próximos e no trabalho. “Contei pro meu patrão, ele me ajudou a adaptar os horários pra ficar mais fácil iniciar o tratamento”. Sou espontânea não sou de esconder nada.

Ela gosta do que faz. Trabalha em uma padaria em uma região nobre de São Paulo. Independente, sempre buscou morar sozinha e criar os filhos com autonomia.

Para ela, o maior preconceito que vivenciou foi de um ex-namorado com quem manteve uma relação de 12 anos. “Quando contei sobre o HIV, ele simplesmente disse ‘agora eu sigo com minha vida e você segue com a sua’. Acho que ele chegou a pensar que eu precisaria da ajuda dele. Oro para nunca precisar.”

Hoje, Leidionir tem um relacionamento a distância com um rapaz do exterior. A internet os conecta há dois anos e meio. Ela mora na Zona Leste de São Paulo. Ele, em Camarões. Conheceram-se online através de um amigo do movimento social. “Por isso ele sabia da minha sorologia desde o início”.

Ela o chama pelo sobrenome, Martins Franklin, “porque o primeiro nome é muito difícil”, diz sorrindo.  “Ele é soro discordante e diz que tem que vir pro Brasil logo, pra poder cuidar de mim. Dou muito valor a ele. Hoje em dia, é normal as pessoas abandonarem as outras em situação de doença.”

Leidionirjá tentou encontrar apoio em diferentes programas de televisão, para ver se alguém aceita promover o encontro do casal. Ainda não teve retorno, mas não desistiu. Até lá, continua contando com os amigos e se encontrando nas horas que passa trabalhando. “Sou uma pessoa de sorte. É por isso que vou continuar morando sozinha até o amor chegar ao Brasil pra casar e ser feliz. Tenho fé que ele vai vir de um jeito ou de outro.”