Gappa participa de manifestação na Paulista

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Ao coro de “viva a vida!” e “tenho aids, tenho pressa, a vida é o que interessa!”,  manifestantes em defesa da política de aids no Brasil chamaram atenção das pessoas que passaram pela Av. Paulista na manhã do dia 30 de novembro. A manifestação contemplou a defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) e a celebração dos 30 anos do Dia Mundial de Luta contra a Aids.

O ato teve início quando ativistas se deitaram no asfalto em frente ao MASP e demarcaram seus corpos em cartolinas como homenagem a todas as pessoas que morreram vítimas da aids. A caminhada percorreu a avenida até o Escritório Geral da Presidência da República onde foi entregue um ofício destinado ao presidente Michel Temer.

“Foram anos de dor, de doença, de morte, de incompreensão, discriminação, mas também de solidariedade, de amor, de altruísmo e avanços científicos para o controle da epidemia”, diz o documento assinado pelo Fórum de ONGs Aids de São Paulo, pelo Movimento Paulistano de Luta Contra a Aids (Mopaids) e Núcleo de Estudos para a Prevenção da Aids (Nepaids).

.Os manifestantes também alertaram para o desmonte do SUS e para a vulnerabilidade política sob a qual se encontra o programa de aids no Brasil. A coordenadora adjunta do Programa Estadual de DST/Aids de São Paulo, Maria Clara Gianna, defendeu a importância da militância na construção da histórica de resposta à aids e seu papel fundamental para impedir que a ações e políticas públicas para o enfrentamento da doença sofram retrocessos.

Durante a caminhada, os ativistas seguraram cartazes e usaram o microfone para levar informações sobre prevenção como PrEP (Profilaxia Pré Exposição), a PEP (Profilaxia Pós Exposição) e o I=I (indetectável=intrasmissível).

Os manifestantes também defendem que os sucessos na luta contra a aids mostram o que uma sociedade solidária e decidida pode realizar em termos de acesso à saúde e prevenção. Nesse sentindo.

“Toda a resposta da aids no mundo foi movida pela ação direta das pessoas afetadas e mais vulneráveis ao HIV/aids. É preciso ter claro que aids não escolhe sexo, nem partido político. Esse momento é importante para não apenas defender nossa história, mas lembrar que ela é baseada em evidências científicas incluindo as ciências sociais humanas. Se as famílias e os religiosos tivessem êxito nesse trabalho, a aids nem existiria mais. Esse é um trabalho de política pública”.

Ao fim do ato, os ativistas ressaltaram que o controle do HIV/aids “será possível somente num estado democrático que respeita os direitos humanos, que impulsione a solidariedade, que combata a discriminação e fortaleça o SUS”, assinala o documento. “Cuidemos uns dos outros! Ninguém deve ser deixado para trás! Viva a vida!”