O Gappa, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, realiza testes rápidos em algumas empresas, enquanto todas as unidades de saúde também oferecem essa testagem.
O Governo de São Paulo celebra um marco inédito da campanha “Fique Sabendo”, que, pela primeira vez, atinge a adesão de 100% dos municípios paulistas. As 645 cidades estão mobilizadas na 17ª edição da iniciativa estadual de testagem de HIV e sífilis, reforçando o compromisso com a saúde pública e a prevenção de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).
O lançamento oficial da campanha ocorre neste domingo, 1º de dezembro, alinhando-se ao Dia Mundial da AIDS. Criada em 2007, a “Fique Sabendo” é uma das principais iniciativas do Estado de São Paulo no enfrentamento ao HIV/AIDS e ISTs. Com foco em testagem, diagnóstico precoce e orientação, a ação contribui significativamente para o controle da epidemia, alinhando-se às metas globais de saúde.
Foco em Populações Vulneráveis
A campanha aposta em estratégias extramuros para alcançar populações-chave e prioritárias, levando ações além das unidades de saúde. Uma das principais iniciativas é a distribuição de autotestes de HIV, fornecidos pelo SUS. Ao todo, 268 municípios participam dessa oferta, incluindo 180 com atividades realizadas fora das unidades de saúde.
Situação epidemiológica de HIV e AIDS no Brasil
Entre 2020 e 2022, o número de casos de infecção pelo HIV no Brasil aumenta 17,2%, com destaque para as regiões Norte (35,2%) e Nordeste (22,9%). Em relação às Unidades da Federação (UF), o aumento de casos varia de 109% no Amapá a 3% no Rio Grande do Sul. Em contrapartida, Rondônia e Distrito Federal apresentam redução de 3,5% e 1,1%, respectivamente.
Na série histórica, 345.069 (70,5%) casos são notificados em homens e 144.364 (29,5%) em mulheres. A razão de sexos se altera ao longo do tempo: em 2007, eram 14 homens para cada 10 mulheres; a partir de 2020, essa relação passa para 28 homens para cada 10 mulheres.
Quanto às faixas etárias, 114.593 (23,4%) casos são de jovens entre 15 e 24 anos, representando 25% dos casos no sexo masculino e 19,6% no feminino. Os dados reforçam a necessidade de políticas públicas voltadas para essa população. Em 2022, 78,3% das novas infecções entre mulheres ocorrem em idade reprodutiva (15 a 49 anos), destacando a importância do planejamento reprodutivo e da oferta de teste anti-HIV para detecção precoce e início de TARV, evitando a transmissão vertical do vírus.
Entre as mulheres com 50 anos ou mais, os casos passam de 11,4% em 2012 para 20,3% em 2022. Entre os homens, o percentual sobe de 8,7% para 11,4%. Além disso, casos novos na faixa de 20 a 29 anos representam 40,7% no sexo masculino.
De 2007 a junho de 2023, entre indivíduos com 13 anos ou mais, a principal categoria de exposição no sexo masculino é a de homens que fazem sexo com homens (HSH) (52,6%), enquanto no sexo feminino é a prática heterossexual (86,4%). Nos HSH com até 39 anos, observa-se aumento dos casos: na faixa de 13 a 19 anos, passam de 70,7% para 73%; na de 20 a 29 anos, de 66,7% para 70%; e na de 30 a 39 anos, de 47,4% para 51,4%. Nos indivíduos com 40 anos ou mais, a principal categoria de exposição permanece sendo a heterossexual.