A PEP, sigla para Profilaxia Pós-Exposição, é um método de prevenção contra a infecção pelo HIV. Consiste na administração de medicamentos do mesmo coquetel utilizado no tratamento da AIDS (Zidovudina + Lamivudina) a pessoas que possam ter tido contato recente com o vírus. Essa exposição pode ocorrer em contextos ocupacionais, como no caso de profissionais de saúde, ou em situações não ocupacionais (sexuais), como quando ocorre sexo desprotegido ou em casos de violência sexual. Os medicamentos devem ser tomados ininterruptamente durante 28 dias, sob orientação médica, visando impedir a infecção pelo HIV.
Essa abordagem de prevenção já se mostra eficaz em situações de violência sexual e em incidentes ocupacionais, como acidentes com agulhas contaminadas.
Procura de Atendimento Urgente
Quando há suspeita de exposição ao HIV, seja por meio de violência sexual ou acidentes ocupacionais, é crucial buscar assistência profissional rapidamente. O atendimento inicial é considerado urgente, pois o início da medicação deve ocorrer o mais rápido possível. Idealmente, a medicação deve ser iniciada até 2 horas após a exposição e, no máximo, até 72 horas. A eficácia da PEP pode diminuir à medida que o tempo passa.
A rapidez na administração dos medicamentos é um fator determinante para o sucesso do tratamento. Estudos indicam que a eficácia é maior quando a PEP é iniciada dentro das primeiras 36 horas. Além disso, em recém-nascidos de mães infectadas, o tratamento nas primeiras 48 horas após o parto diminui o risco de infecção pelo HIV.
A decisão de usar os medicamentos para prevenção será tomada pelo médico após avaliação.
A população LGBTQIA+ tem prioridade no acesso a esse atendimento de urgência, uma vez que a proporção de pessoas com HIV nesse grupo é maior do que na população em geral.
Exposição e Risco de Infecção
- Exposição Ocupacional: A transmissão do HIV por meio de picadas de agulhas contaminadas é baixa, em torno de 0,3%. O risco é ainda menor em contato acidental de líquidos corporais infectados com mucosas dos olhos, boca ou pele ferida de profissionais de saúde, cerca de 0,09%. Alguns fatores podem aumentar o risco, como agulhas usadas como cânulas em veias, ferimentos profundos e presença de sangue visível no instrumento. A maioria dos médicos considera a presença de sangue no local da picada como critério para a profilaxia.
- Exposição Sexual (Não Ocupacional): O risco de transmissão do HIV varia com o tipo de exposição. Nas relações anais receptivas, o risco varia de 1% a 30%, nas relações anais inseritivas e vaginais receptivas, de 0,1% a 10%, e nas vaginas inseritivas, de 0,1% a 1%. O risco de infecção pelo sexo oral é baixo. Outros fatores, como doenças venéreas, ulcerações genitais, circuncisão e carga viral do vírus nas secreções sexuais, influenciam a probabilidade de transmissão.
Indicação da PEP Sexual
A PEP sexual é indicada em situações excepcionais, como falha, rompimento ou não uso de preservativo durante o sexo. Também é indicada em casos de violência sexual.
Quando a PEP Não é Indicada
A PEP não é indicada para todos e não deve ser usada repetidamente. Ela não substitui o uso do preservativo. Pessoas em risco frequente podem necessitar avaliação médica para infecção pelo HIV.
Avaliação do Risco para a PEP Sexual
Um profissional de saúde avaliará o risco da exposição sexual e indicará a PEP, com base no tipo de relação sexual e no parceiro ser HIV positivo ou desconhecer seu status. A prescrição dos medicamentos é responsabilidade médica.
Após a administração, o tratamento e acompanhamento devem continuar por pelo menos quatro semanas, conforme indicado pelo médico. A PEP não garante a prevenção absoluta do HIV.
Fatores que Aumentam o Risco de Transmissão Sexual do HIV
Relações desprotegidas, parceiros com carga viral detectável, ferimentos genitais, sangramento e doenças sexualmente transmissíveis aumentam o risco. O uso consistente de preservativos é fundamental para a prevenção do HIV e de outras DSTs.
Fonte: http://giv.org.br/